#96 Cemitérios lotados - perigo duplo

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Com centenas de milhares de óbitos causados pela pandemia da Covid 19, o  Brasil está diante de um novo e grave problema: a superlotação dos  cemitérios. Especialistas já apontam para uma crise sanitária e ambiental que pode  ser desencadeada pela decomposição de corpos humanos em necrópoles, em  especial naquelas ao lado de bairros residenciais. Diante de uma média  móvel altíssima de mortes diárias, o que fazer? Desde a primeira morte pela Covid-19 no Brasil, em março de 2020, a  realidade dos cemitérios é mais uma imagem dramática da tragédia que  vivemos no país. Com o avanço da pandemia e do número de mortos, a grande preocupação é  com o impacto na saúde pública e no meio ambiente que os cemitérios  podem causar em um futuro próximo. Os perigos, no entanto, não são novidade. A Organização Mundial da Saúde  identifica os cemitérios urbanos como potenciais criadouros de  bactérias, além de fonte de contaminação de recursos naturais pelo  processo de decomposição dos corpos. Isso porque, ao se decompor, corpos humanos produzem o chamado  necrochorume, um líquido que pode penetrar e contaminar o solo e as  fontes de água. Segundo a Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor  Funerário, em março de 2021 já havia um aumento de 30% no número de  enterros. Essa cifra pode chegar a 60% de aumento real com o agravamento  da pandemia. As empresas funerárias tiveram de alterar seus protocolos de  funcionamento desde o começo da pandemia para dar conta da demanda.  Agora, os enterros são mais curtos e podem ser realizados à noite. Frente aos números de mortos, é necessário, agora, o aumento do  monitoramento dos enterros e da fiscalização dos locais. No entanto,  desde o começo da pandemia, o Ministério do Meio Ambiente não se  posicionou em relação à situação dos cemitérios e as consequências que  teremos de enfrentar no pós- pandemia.