Baudelaire e as flores da modernidade

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TEMA: Baudelaire e as flores da modernidade===================================Nesta semana, ouvintes, ainda vivendo as restrições de movimentação e isolamento por conta da Covid-19 e sabendo das dificuldades que a quarentena nos traz, a coluna lembra do nascimento de um dos maiores escritores franceses de todos os tempos, um poeta que foi um dos precursores do simbolismo e o fundador da tradição moderna em poesia, infelizmente pouco estudado no Brasil, o poeta francês Charles Baudelaire.Charles-Pierre Baudelaire, nasceu em 9 de abril de 1821, há 199 anos, portanto, na cidade de Paris e faleceu na mesma cidade, dia 31 de agosto de 1867, com apenas 46 anos. Ele foi  um poeta, teórico e crítico francês. Foi um dos precursores do movimento simbolista na França e também o fundador da poesia moderna. Ainda criança, Baudelaire perde o pai e a mãe casa-se novamente com um padrasto com que ele terá muitos problemas.  A sua obra, de fato, se situa entre o romantismo e o realismo, apresentando um primeiro momento de ruptura com os padrões então aceitos e personificados, por exemplo, em Victor Hugo.A experiência poética de Baudelaire transforma, pela primeira vez, Paris em objeto de poesia lírica. Uma cidade onde se exalta uma burguesia abastada e também atravessada pelas suas figuras decadentes: a prostituta, o jogador, o moribundo, o mendigo, entre outras figuras que exprimem a degradação moral, encarnando a figura do mal, do inferno da experiência citadina e do tedium vitae, le mal du siècle.A poesia de Baudelaire é, assim, mergulhada na agitação da metrópole, além de amarga e até mesmo, cruel. A Obra prima de Baudelaire é o livro de poemas publicado em 1857, com o título, “As Flores do Mal”, com cem poemas e dividido em seções. O autor do livro é acusado, no mesmo ano, pela justiça, de ultrajar a moral pública. Os exemplares são apreendidos e uma multa foi paga. A censura ocorreu por causa de 6 poemas. O poeta aceita a sentença, escreve seus novos poemas e lança o livro novamente.Baudelaire também escreveu magníficos poemas em prosa além de críticas e sobre a teoria literária. Os chamados “poetas malditos”, Arthur Rimbaud, Paul Verlaine e Stéphane Mallarmé, sofreram enorme influência de Baudelaire. São os herdeiros franceses do poeta em mais de um sentido, constituindo o momento áureo do século XIX que rivaliza com o classicismo francês, da época de Molière, Racine e La Fontaine. Os modernos, porém, tem a vantagem de falar mais de perto conosco e com uma sensibilidade que ainda hoje nos identifica.Baudelaire é lido, comentado e influencia escritores até os dias de hoje. Devemos a Baudelaire também a difusão da obra de Edgar Allan Poe que já foi tema de nossa coluna. Baudelaire traduziu e comentou as obras do escritor americano. Nesta semana lembramos, claro que no dia 07 de abril é o dia mundial da saúde. Gostaria de encerra a coluna desejando muita saúde a todos os ouvintes, familiares, e a todas as pessoas do mundo neste momento de pandemia que passamos. Com muita fé, força, coragem e foco vamos vencer e, logo, logo, poderemos nos reunir para contar as histórias que vimos em filmes ou lemos em livros.