Dia internacional da rádio com um sabor amargo na Guiné-Bissau

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Este Domingo, comemora-se o dia internacional da rádio. Um dia para recordar a importância da radio nas nossas vidas, um dia com um sabor particular na Guiné-Bissau, onde esta é uma das fontes principais de informação. A RFI falou com algumas das vozes da radio da Guiné-Bissau, nomeadamente da ‘Capital FM’ que há dias foi alvo do seu segundo ataque em menos de dois anos. Na segunda-feira, a ‘Capital FM’ foi atacada por homens armados, com um balanço de 7 feridos, entre os quais um grave, bem como a destruição total do seu material. Paralelamente, foi também atacado na sua residência Rui Landim, analista ligado à estação. Tudo isto cerca de um ano e meio depois de um primeiro ataque em 2020. Sabino Santos, jornalista e assistente do director executivo da radio ‘Capital FM’ falou das circunstâncias do sucedido. Para este profissional “o contexto actual é um contexto de restrição da liberdade de expressão”, mas apesar dos obstáculos, ele diz que “se a radio tivesse condições de funcionar no dia seguinte ele estaria lá”. “Difícil” é também a palavra-chave para qualificar o quotidiano dos profissionais da radio segundo Amadi Djuf Djalo, chefe de redação da ‘Radio Sol Mansi’, emissora financiada pela Igreja Católica. O jornalista menciona nomeadamente o contexto político, dificuldades materiais, assim como o estatuto dos jornalistas na Guiné-Bissau que muitas vezes trabalham na qualidade de voluntários. Referindo-se ao ataque contra a Capital FM, Amadi Djuf Djalo dà conta de uma “situação de incerteza e de alerta máximo” entre os jornalistas nestes últimos tempos. “É preciso muita resiliência para fazer radio na Guiné-Bissau”, constata também Olívio Mendonça, jornalista na ‘Radio Jovem’ ao falar das “inúmeras coisas que aparecem para desencorajar” falando das pressões “sistemáticas” de que são alvo os jornalistas no país. Também chocada com a situação vivida hà dias pela ‘Capital FM’, Fatima Tchuma, jornalista da emissora nacional e uma das dirigentes do sindicato dos jornalistas da Guiné-Bissau declara que “não podemos pensar na democracia sem a independência dos órgãos de comunicação social porque é um pilar da democracia. Uma imprensa livre e independente é que ajuda a impulsionar em qualquer país”.