Marca Página: Raízes, a força da minha origem

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Autora baiana e nissei Lu Nagao direciona "Raízes" a um público pouco familiarizado com livros e promove um encontro com as memórias de cada um Neta de imigrantes japoneses, a escritora baiana Luciana Nagao procura preservar traços e influências positivas dessa mistura oriental e rural brasileira. Raízes – A Força da Minha Origem busca expressar os vínculos familiares e regionais a partir de uma narrativa direcionada especialmente àqueles com pouco acesso aos livros. A linguagem simples vem apoiada de recursos que tornam a leitura ainda mais leve e prazerosa, como frases curtas e letras maiores. Antes da introdução, a autora anuncia que o leitor encontrará palavras que talvez não conheça. Por isso, elas estão destacadas em negrito com um asterisco, complementado com a devida explicação. Arrendado, pinguela, embornal e matutei são algumas palavras que compõem o dicionário. O cunho regional de muitas expressões é explicado pela ambientação da obra, a Bahia, no final da década de 1970. É nela que o romance avança pelos anos ao narrar a história de um rapaz que viveu a infância e adolescência no meio rural sem poder ir para a escola. A perseverança do protagonista torna a trajetória um exemplo para quem, com amor e bons princípios, encara as mais duras lutas. O que iluminava a casa de noite era a lamparina de querosene. A escuridão era normal, fazia parte da nossa rotina, pois meu pai só tinha comprado duas lamparinas. Quando íamos dormir ficava tudo escuro para não gastar querosene. Meus irmãos estavam acostumados, ninguém tinha medo do escuro. Nada de eletricidade, então nada de geladeira. Como vivíamos sem geladeira? (Raízes, p. 15) Em páginas intercaladas ou entre capítulos, a autora propõe uma conversa com o leitor para que responda questões relacionadas ao enredo como um exercício prático de fixação e troca. Além da escrita, a interação também acontece por meio de desenhos e pinturas com o objetivo de promover reflexões sobre temas como o poder da mente, as escolhas e o que esperar da vida. Escrito inicialmente para as pessoas que não tiveram oportunidade de estudar, sentem dificuldade para entender ou não gostam de ler, Raízes foi além. Cativa de crianças a idosos ao proporcionar empatia e respeito incondicional à história e aos limites de cada um. “O prazer de chegar ao fim e perceber que entendeu tudo – isso não tem preço para quem nunca leu um livro inteiro”, sintetiza a autora.