#98 Lixo espacial: o perigo no céu

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Aproximadamente 170 milhões de pedaços de equipamentos construídos pelo  homem estão orbitando a Terra neste exato momento, de acordo com  estimativas da Agência Espacial Europeia (ESA). Com satélites lançados  desde 1957, estima-se que 9.000 toneladas de lixo espacial, em milhões  de pedaços, ficam dando voltas em torno da Terra. Estes detritos,  principalmente pedaços de espaçonaves, partes de foguetes e satélites  que não são mais utilizados, já são considerados um problema sério pelas  agências espaciais.  O lixo espacial, como esse material é chamado, circula no nosso planeta a  uma velocidade de até 29 mil quilômetros por hora, ou seja, dez vezes  mais rápido do que uma bala de arma de fogo. Enquanto alguns pedaços são  tão grandes quanto um caminhão, outros são muito pequenos, mas, ainda  assim, representam um risco enorme de colisão com satélites e naves  espaciais. Por isso, existem missões que vão ao espaço somente para recolher esses  detritos. Alguns materiais são caros e sua recuperação compensa o  investimento em uma missão. As peças de segunda mão, por assim dizer,  são usadas na construção de novos foguetes e satélites. E por que é importante eliminar o lixo espacial? A agência espacial  norte-americana, a NASA, alerta para a concentração de lixo no espaço,  considerando o crescente número de lançamento de satélites.   Segundo o documento, são 6 mil pedaços de lixo do tamanho de uma bola de  tênis, ou maior, que podem se chocar contra um satélite e destruí-lo.  Também há mais de 500 mil objetos do tamanho de uma bola de gude,   tamanho suficiente para causar danos a espaçonaves. E são mais de 100  milhões do tamanho de um grão de sal que poderiam perfurar um traje  espacial.  Para ajudar a colocar ordem no espaço, uma missão espacial japonesa vai  tentar recolher os detritos com a ajuda de ímãs. A tecnologia, chamada  ELSA, foi desenvolvida pela Astroscale, empresa com sede no Japão e é  uma sigla que significa End of Life Services by Astroscale.  A tecnologia usa dois satélites, um chamado de servidor e outro, de  cliente. Eles foram lançados juntos em um foguete diretamente do  Cazaquistão, mas vão trabalhar separados. No espaço, o cliente tem a  função de buscar os detritos. Quando achar, o servidor vai encontrá-lo  por meio de sensores e se acoplar pelo encaixe magnético. Depois, o  cliente será liberado para voltar a recolher mais lixo espacial. A  expectativa é que o ELSA opere por seis meses. No final, os dois  satélites serão trazidos novamente para a Terra e queimados com o que  não for reciclado.