EP06 HIV, ativismo, comunicação, arte: a aids transforma a vida das pessoas

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Saúde que se comunica

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Episódio novo do podcast Saúde que se Comunica fala do ativismo na luta contra o HIV/Aids. De 1980 a junho de 2018 foram identificados 926.742 casos de Aids no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde. O país distribui gratuitamente medicamentos e conta com programa que é referência mundial na luta contra o HIV/Aids. Em 2019, decreto presidencial do governo Jair Bolsonaro alterou o funcionamento do Ministério da Saúde, mudando a nomenclatura do Departamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais, agora Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, invisibilizando o termo Aids. A luta contra o HIV/Aids das pessoas vivendo e convivendo com a doença, da população LGBT, das pessoas trans e dos ativistas é diária e construída ao longo dessas mais de três décadas. A luta também se dá com informação, comunicação e arte, através das respostas da sociedade civil contra uma doença ainda tão estigmatizada e sem cura. O Saúde que se Comunica conversou com a jornalista e ativista Roseli Tardelli, que, ao perder o irmão para a doença, na década de 90, entrou na luta contra a doença e criou, em 2003, a Agência de Notícias da Aids, para ampliar a informação sobre a doença. Roseli também criou o Lá em Casa, espaço de reabilitação e convivência para pessoas vivendo com HIV/Aids, e o Camarote Solidário, espaço que arrecada alimentos durante a Parada do Orgulho LGBT, em São Paulo. Também na década de 90, começou a luta da artista plástica Adriana Bertini, que dava aulas de pintura voluntariamente para crianças com HIV/Aids no Grupo de Apoio à Prevenção da Aids (GAPA-SC), em Florianópolis. Em 2019, o trabalho da artivista Adriana Bertini pôde ser visto na exposição em São Paulo, com preservativos, medicamentos e embalagens como matéria-prima. “O papel da arte é ressignificar, provocar mudança social”, acredita a artista. Lucrécia Couso, curadora da exposição, e Renato Gomes, monitor, contam como se envolveram na luta contra a aids a partir da experiência de estarem cotidianamente na exposição de Adriana, O.X.E.S., não por acaso a palavra sexo, ao contrário. Em tempos difíceis, uma doença com tantos julgamentos e estigmas, como a informação, a comunicação, a arte, o acolhimento e o ativismo podem mudar a vida de tantas pessoas.