Matinas de Natal (século XVII)

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Património Musical Português

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Pues a Dios humano vemos Música do século XVII para as Matinas de Natal (Obras de D. Pedro de Cristo, Duarte Lobo e Estevão Lopes de Morago) Sesquialtera, Concerto Renascentista do Curso de Música Antiga da ESMAE dir. Pedro Sousa Silva 18 de Dezembro • Capela da Universidade de Coimbra • 21h30 As Matinas parecem ter sido, do ponto de vista musical, o auge das celebrações de Natal. As principais igrejas portuguesas dos séculos XVI e XVII convocavam a integralidade do seu dispositivo musical (cantores, organistas, executantes de charamelas, sacabuxas, flautas, baixões, violas de arco, etc.) para celebrar a primeira grande festa do ano litúrgico. A estas celebrações, em plena madrugada do dia 25 de Dezembro, temos notícia de acorrer todo o clero encabeçado pelo Bispo e restantes Dignidades, as figuras mais proeminentes da comunidade e, em particular, a população em geral. As igrejas apinhadas de gente parecem encontrar justificação não só no fausto musical aplicado aos textos latinos da liturgia, mas sobretudo na inserção de vilancicos. Estas peças musicais, com textos em vernáculo (descritivos do Nascimento de Cristo ou de outras temáticas afins), recheadas de ritmos e motivos musicais de origem popular reconhecidos por todos, muitas vezes encenadas, seriam motivo da grande afluência de fiéis, conformada nos documentos da época. O concerto agora proposto é fruto do trabalho de investigação em torno do Património Musical Português desenvolvido pela área de Música do Departamento de História, Arqueologia e Artes (FLUC), em colaboração com a Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Porto. A récita pretende dar a conhecer alguma da muita música escrita em Portugal, no fim do século XVI, início do XVII, para as Matinas de Natal. O desígnio será ilustrado com obras de D. Pedro de Cristo (†1618), famigerado compositor do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, acompanhado de duas outras figuras cimeiras da nossa História da Música, Estevão Lopes Morago († dep.1627) e Duarte Lobo (†1646).