O machismo na primeira lei escolar do Brasil

Share:

Listens: 0

Reportagem Especial

News & Politics


Machismo marcou primeira lei educacional brasileira Na semana do Dia Internacional da Mulher, Rádio Senado exibe reportagem que revela que no currículo escolar do Brasil Império o ensino de matemática era vedado às meninas Na semana do Dia Internacional da Mulher, a Rádio Senado leva ao ar uma reportagem especial que mostra que a primeira lei escolar do Brasil, de 1827, restringia o ensino para as meninas. Enquanto os homens aprendiam aritmética e geometria, elas tinham aulas das chamadas “prendas domésticas”, para que pudessem cuidar da casa e dos filhos. Com base nos documentos históricos do Arquivo do Senado, “O machismo na primeira lei escolar do Brasil” revela os discursos dos senadores, nos quais fica clara a defesa da desigualdade e as diferenças nas relações de gênero. Antes de entrar em vigor, a lei de 1827 foi debatida e votada no Senado. A reportagem traz as discussões travadas pelos senadores do Império. Muitos argumentaram que o currículo das meninas tinha que ser mais simples que o dos meninos porque, na visão deles, as alunas tinham menos capacidade intelectual do que os alunos para entender conceitos mais complexos de matemática. O historiador André Paulo Castanha, especialista na educação do século 19, explica que, apesar desse machismo, a lei de 1827 é um dos grandes marcos da história do Brasil, pois deu início à organização da rede pública de ensino e, ao estabelecer que as meninas só poderiam ter aulas com professoras, permitiu a entrada das mulheres no mercado de trabalho. A reportagem especial “O machismo na primeira lei escolar do Brasil” foi produzida pelo jornalista Ricardo Westin, da Agência Senado, em parceria com a Rádio Senado, e é dividida em cinco partes (os três últimos capítulos estarão disponíveis na terça-feira, 10 de março).