O que o caso Joe Rogan diz sobre o combate à desinformação

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Ao Ponto (podcast do jornal O Globo)

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Joe Rogan, criador do podcast "The Joe Rogan Experience", um fenômeno de audiência nos Estados Unidos, gravou recentemente dois vídeos de retratação. O primeiro foi depois de ser acusado de difundir conteúdo antivacina. Rogan tem um contrato de exclusividade com o Spotify, e é famoso pelos temas controversos e teorias conspiratórias em seus programas. A plataforma investiu US$ 100 milhões no licenciamento, de olho no retorno financeiro. Mas as últimas entrevistas do programa renderam também uma repercussão negativa que colocou Rogan e o Spotify no olho do furacão. Artistas como Neil Young e Joni Mitchell chegaram a iniciar um boicote à empresa, exigindo que ela retirasse o conteúdo que questionava a eficácia das vacinas contra a Covid. O presidente e fundador do Spotify, Daniel Ek, defendeu a permanência dos episódios criticados de Rogan e afirmou que considerava ofensivas muitas das declarações veiculadas ali. Porém disse que para alcançar suas metas a plataforma deveria manter os conteúdos, ainda que seus funcionários não quisessem se ver associados a eles. Ek disse ainda que embora alguns episódios já tenham sido eliminados é impossível ignorar a escala e o sucesso de Rogan. Ao mesmo tempo, a plataforma prometeu que passaria a incluir advertências nos episódios do podcast com conteúdo sobre a Covid e também links para páginas de fontes científicas. No Brasil, Rogan não era muito conhecido até a polêmica dos episódios negacionistas. E a polêmica cresceu. No último sábado, Rogan publicou um novo vídeo, desta vez desculpando-se por comentários racistas em episódios no passado. O Spotify apagou mais de 70 episódios dele da plataforma. O caso é mais um a expor empresas de tecnologia no dilema de equilibrar conteúdo e lucro. E reacendeu o debate sobre a difusão de notícias falsas e o combate à desinformação. No Ao Ponto dessa segunda-feira, o colunista do GLOBO, Pedro Doria, comenta a polêmica de Joe Rogan e Spotify e explica como as críticas à plataforma se unem a cobranças de moderação também em outras plataformas como Twitter, Youtube e Facebook.